terça-feira, 18 de maio de 2010

DEPRESSÃO (ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA ENFERMIDADE)


Hoje apetece-me escrever qualquer coisa de muito sério,e que provavelmente todos os que por aqui passarem já sentiram certamente:
Como o proprio titulo diz é sobre a depressão:
O texto é um bocadinho longo, mas em meu entender vale sempre a pena ler:

A essência máxima da tristeza é uma ficção mental de que alguém poderia ser feliz num projeto estritamente privado.
Nos termos da psiquiatria, a depressão caracteriza-se por uma profunda tristeza acompanhada de sentimentos de desamparo e baixa auto-estima. A segurança pessoal do indivíduo fica debilitada, e o mesmo pensa que ninguém é capaz de lhe prover ajuda. Há um comprometimento em quase todas as esferas da existência: emocional, fisiológica, comportamental e social. É comum também a auto-recriminação, sendo que o deprimido se considera uma pessoa insuportável para conviver com os demais semelhantes.
O objetivo deste estudo é enfocar principalmente os aspectos psíquicos da depressão, abstraindo quaisquer considerações orgânicas e químicas acerca da síndrome citada. A depressão bem como o transtorno do pânico tornaram-se talvez as principais afecções psicológicas de nossa era. Nenhum outro abalo psíquico consome tanto sofrimento e dispêndio medicamentoso como os acima citados. Se continuarmos nessa linha de raciocínio social, chegaremos a conclusão primeira de que a depressão é o reflexo de nossos tempos pela absoluta falta de investimento social e nos relacionamentos humanos em geral.A nossa vida baseada no egoísmo e individualismo expõe através do sintoma da depressão, a faceta mais cruel de um estilo de vida deturpado e carente de um sentido mais amplo.



Quase todos nós traçamos diariamente um caminho, um planeamento de satisfação apenas individual, e a depressão insiste em nos revelar que a plena gratificação só se realiza quando estamos profundamente ligados a alguém, sentindo a proximidade, companheirismo e principalmente cooperação. Como o deprimido falhou ou insiste em não vivenciar os sentimentos acima citados, força com que os outros o amparem e lhe estimulem o tempo todo, alegando não ter forças ou vitalidade para a consecução de determinadas tarefas. Essa é a maior armadilha que o deprimido utiliza constantemente, sendo que sua doença serve para manter uma espécie de seguro no qual as pessoas estarãosempre preocupadas com o mesmo, saciando dessa forma não apenas as suas carências afetivas, mas, sobretudo o seu desejo de poder sobre os demais, embora o depressivo sempre negue tais afirmativas.
Se aprofundarmos a nossa optica psíquica logo descobriremos que a depressão encobre um sofrimento muito mais sério, que é a solidão.
O deprimido como dizia o psicólogo ALFRED ADLER, fez uma espécie de "arranjo", sendo que é preferível a tristeza, fadiga, tédio e pobreza psíquica, do que o tormento de sua terrível solidão pessoal e existencial, aliadas ao temor de novas frustrações pessoais caso tente algum novo contato social. Para o deprimido é muito mais cômodo o sofrimento dos seus sintomas habituais do que o risco de novas decepções.
Buscar ou acreditar numa relação de profunda troca é o mesmo que procurar o "SANTO GRAAL", pois o seu profundo temor interno transformou num ser não apenas cético, mas absolutamente intolerante, impaciente e desconfiado no tocante as relações humanas. Nesse ponto podemos fazer uma dura crítica a questão medicamentosa como forma de tratamento dos estados depressivos.




É mais do que óbvio de que determinados quadros de depressão grave requerem o uso de ansiolíticos ou antidepressivos, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente. Porém, o uso indiscriminado de medicamentos que assistimos diariamente só encobrem as questões existenciais citadas anteriormente. Há um bom tempo vivemos na sociedade descrita por ALDOUS HUXLEY no seu livro "ADMIRÁVEL MUNDO NOVO", onde uma droga chamada "soma" aliviava todos os conflitos psíquicos. Da ficção para a nossa tenebrosa realidade, acompanhamos determinadas pessoas que se desacreditam totalmente de si próprias e de seu potencial, buscando apenas o alívio imediato no uso dos mais variados psicotrópicos. Se essas drogas à venda no mercado servem apenas para mascarar o fracasso e medo de nos sensibilizarmos, então ocorreu uma troca de valores, sendo que a própria psicose se torna a saúde, e os métodos de intervenção a essência da doença.
A grande verdade do século XX é que o ser humano não estava habilitado a vivenciar a angústia da solidão. O projeto do individualismo passado pelos meios econômicos e educacionais acarretou um preço exorbitante em termos de saúde psíquica. Qualquer tipo de droga lícita ou não, apenas será menos consumida quando a prioridade absoluta for à relação humana como um todo. Nenhuma acção repressiva será capaz de abafar a insatisfação humana, e parece que essa lição ainda não foi aprendida por qualquer autoridade mundial.
Enfim, a depressão é a representação máxima da despotencialização, é a recusa constante do prosseguir, buscando a fixação num estilo de vida de limitação existencial e rebaixamento emocional, evitando sempre o que seria uma dor maior.
O deprimido com o decorrer de seu processo passa a odiar aquilo que talvez seja uma de nossas maiores dádivas: a potência em todos os sentidos. Se há um ponto inalterado na observação psicológica acerca de uns cem anos, é a utilização da enfermidade para a obtenção do privilégio do não enfrentarmos as provas diárias das nossas vidas. Sempre é muito mais cômodo reproduzir o caos social no nosso psiquismo, do que criar e trocar com outros aquilo que temos de especial, e infelizmente o que é o "melhor", sempre acaba sendo reprovado na hora da comunhão profunda.





Todos nos estamos cada vez mais voltados para a nossa vida,nossos problemas,nao temos tempo para falar para ouvir,estamos cada vez mais escravos do tempo,acredito que esta seja uma das razoes para tanta gente deprimida por ai!nao temos tempos para apreciar as paisagens,conversar olho no olho com nossos familiares,amigos,tudo é para ontem o imediatismo toma conta cada vez mais de nossas vidas,ninguem quer construir,queremos tudo pronto,as relacoes estao indo pelo ralo,tudo se compra se vende,ninguem acredita em ninguem e por ai vai!!




Fonte: BBC Brasil

Dados divulgados nesta quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

Segundo a OMS, a depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção.

De acordo com o órgão, os países pobres são os que mais devem sofrer com o problema, já que são registrados mais casos de depressão nestes lugares do que em países desenvolvidos.

Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas são afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento, segundo a OMS. As informações foram divulgadas durante a primeira Cúpula Global de Saúde Mental, realizada em Atenas, na Grécia.

“Os números da OMS mostram claramente que o peso da depressão (em termos de perdas para as pessoas afetadas) vai provavelmente aumentar, de modo que, em 2030, ela será sozinha a maior causa de perdas (para a população) entre todos os problemas de saúde”, afirmou à BBC o médico Shekhar Saxena, do Departamento de Saúde Mental da OMS.

Ainda segundo Saxena, a depressão é mais comum do que outras doenças que são mais temidas pela população, como a Aids ou o câncer.

“Nós poderíamos chamar isso de uma epidemia silenciosa, porque a depressão está sendo cada vez mais diagnosticada, está em toda parte e deve aumentar em termos de proporção, enquanto a (ocorrência) de outras doenças está diminuindo.”

Pobres

Segundo os médicos, os custos da depressão serão sentidos de maneira mais aguda nos países em desenvolvimento, já que eles registram mais casos da doença e têm menos recursos para tratar de transtornos mentais.

“Nós temos dados que apontam que os países mais pobres têm (mais casos de) depressão do que os países ricos. Além disso, até mesmo as pessoas pobres que vivem em países ricos têm maior incidência de depressão do que as pessoas ricas destes mesmos países”, afirma Saxena.

“A depressão tem diversas causas, algumas delas biológicas, mas parte dessas causas vem de pressões ambientais e, obviamente, as pessoas pobres sofrem mais estresse em seu dia-a-dia do que as pessoas ricas, e não é surpreendente que elas tenham mais depressão.”

Segundo o médico, o aumento nos casos de depressão e os custos econômicos e sociais da doença tornam mais urgentes uma mudança de atitude em relação ao problema.

“A depressão é uma doença como qualquer outra doença física, e as pessoas têm o direito de ser aconselhadas e receber o mesmo cuidado médico que é dado no caso de qualquer outra doença.”

Que DEUS nos livre e nos proteja contra todos os males.

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