sábado, 5 de dezembro de 2009

“Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”



Numa das minhas várias pesquisas pela net encontrei mais um site que vale a pena visitar.
O assunto é deveras interessante e falar de Virtudes é um assunto muito sério, além de, digamos, polémico.
Diz André Comte-Sponville sobre o “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”:
“Se a virtude pode ser ensinada, como creio, é mais pelo exemplo do que pelos livros. Então, para que um tratado das virtudes? Para isto, talvez: tentar compreender o que deveríamos fazer, ou ser, ou viver, e medir com isso, pelo menos intelectualmente, o caminho que daí nos separa. Tarefa modesta, tarefa insuficiente, mas necessária.
Os filósofos são alunos (só os sábios são mestres), e alunos precisam de livros; é por isso que eles às vezes escrevem livros, quando os que têm à mão não os satisfazem ou sufocam.
Ora, que livro é mais urgente, para cada um de nós, do que um tratado de moral?
E o que é mais digno de interesse, na moral, do que as virtudes?
Assim como Spinoza, não creio haver utilidade em denunciar os vícios, o mal, o pecado. Para que sempre acusar, sempre denunciar?
É a moral dos tristes, e uma triste moral.
Quanto ao bem, ele só existe na pluralidade irredutível das boas ações, que excedem todos os livros, e das boas disposições, também elas plurais, mas sem dúvida menos numerosas, que a tradição designa pelo nome de virtudes, isto é (este é o sentido em grego da palavra arete, que os latinos traduziram por virtus), de excelências.”
Não importa qual a religião porque Virtude é uma qualidade moral particular. É “uma disposição habitual e firme para fazer o bem”.
O “Homem” tem o Dever Moral de fazer o “Bem”.
Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida.
Abordemos a virtude na doutrina cristã. No Cristianismo, existem 2 categorias de virtudes:
- as virtudes humanas que “são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas”. Elas regulam os atos humanos, ordenam as paixões humanas e guiam a conduta humana segundo a razão e a fé. “Adquiridas e reforçadas por atos moralmente bons e repetidos”, os cristãos acreditam que estas virtudes “são purificadas e elevadas pela graça divina”;
- as virtudes teologais, cuja origem, motivo e objeto imediato são o próprio Deus. Os cristãos acreditam que elas são infundidas no homem com a graça santificante, e que elas tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. Elas fundamentam e animam “o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas”. Para os cristãos, elas são “o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano”. As virtudes teologais são três: fé, esperança e caridade.
Entre as virtudes humanas são constantemente destacadas as virtudes cardeais: a prudência, considerada a virtude-mãe por ser instrumental e a base de todas as outras virtudes humanas; a justiça, uma “constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido”; a fortaleza que “assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem”; e a temperança que pode ser descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.
Estas quatro virtudes são consideradas as principais por serem os apoios à volta dos quais giram as demais virtudes humanas.
A doutrina cristã destaca também constantemente as 3 virtudes teologais: a fé que consiste na confiança e na entrega livre do Homem a Deus, na aceitação e no acreditar das verdades reveladas por Ele e na consequente realização livre da vontade divina; a esperança que consiste no desejo e espera vigilante da vinda da vida eterna e do Reino de Deus prometidos por Jesus Cristo; e por fim, a caridade que, sendo considerada a mais importante e o fundamento de todas as virtudes e o «o vínculo da perfeição», consiste no amor “a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus”.
Vejamos as Virtudes.
As Sete Virtudes são derivadas do épico ‘Psychomachia’, poema escrito por Aurelius Clemens Prudentius intitulando a batalha das boas virtudes e vícios malignos. A grande popularidade deste trabalho na Idade Média ajudou a espalhar este conceito pela Europa.
É alegado que a prática dessas virtudes protege a pessoa contra tentações dos Sete Pecados Capitais, com cada um tendo sua respectiva contra-parte. Existem duas variações distintas das virtudes, reconhecidas por diferentes grupos.
Ordenadas em ordem crescente de santicidade, as sete virtudes sagradas são:
- Castidade (Latim castitate) - opõe luxúria
Auto-satisfação, simplicidade. Abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento através de educação e melhorias.
- Generosidade (Latim, liberalis) - opõe avareza
Despreendimento, largueza. Dar sem esperar receber, uma notabilidade de pensamentos ou ações.
- Temperança (Latim temperantia) - opõe gula
Auto-controle, moderação, temperança. Constante demonstração de desagarro aos outros e aos seus arredores, uma prática de abstenção.
- Diligência (Latim diligentia) - opõe preguiça
Presteza, ética, decisão, concisão e objetividade. Ações e trabalhos integrados com as próprias crenças.
- Paciência (Latim, patientia) - opõe ira
Serenidade, paz. Resistência à influências externas e moderação da própria vontade.
- Caridade (Latim, humanitas) - opõe inveja
Auto-satisfação. Compaixão, amizade e simpatia sem causar prejuízos.
- Humildade (Latim, humilitas) - opõe arrogância
Modéstia. Comportamento de total respeito ao próximo
Quero partilhar com vocês o que, brilhantemente, diz André Comte-Sponville sobre Pequeno Tratado das Grandes Virtudes.

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Adaptação:
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