domingo, 27 de janeiro de 2013

Os alunos

 
Temos alunos das mais variadas formas , em uma sala de aula cada um quer falar primeiro.
Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações norteadas pelo conhecimento científico. 
O primeiro tipo de aluno é o sabe-tudo. A cada frase do professor, o sabe-tudo levanta a mão. Se deixar, ele fala a aula inteira. Adora testar o professor. Por isso faz par com o desconfiado. O desconfiado assiste à aula com uma sobrancelha alta e outra baixa, como quem diz: “será que o que esse cara sabe do que está falando?” Esparrama-se na cadeira e põe a mão no queixo, como O Pensador de Rodin.
Há também o aluno concordante. É terminar uma frase e ver o concordante concordando, com sua cabeça de mola para cima e para baixo. Mas diferente do sabe-tudo, ele é humilde. Sabe que a educação pode lhe acrescentar algo. Ele concorda convencido.
 O que concorda para agradar é o puxa.
Outro tipo é o reverente. Para ele, o professor é mestre, digníssimo ou, em caso de reverência suprema, digníssimo mestre. Sempre comenta as “sábias palavras muito bem colocadas pelo mestre”. Outra figura é o dialogador pós-aula

A aula termina e o dialogador se aproxima, devagarzinho, e começa a comentar a aula, acompanhando o professor até a sala dos professores. É um momento de individualização do ensino. O paciente é mais um tipo presente. Ele é paciente no sentido médico. O professor é Dr. Freud e dele o paciente espera conselhos sobre sua vida, trabalho, planos ou qualquer encruzilhada existencial.
Há o spammer, que lota o e-mail do professor com mensagens imensas. Os spammer são inofensivos quando se tem um bom antivírus. Há o citador, que a cada aula manda: “Como dizia Paulo Freire, ‘não há docência sem discência’”. O citador trabalha com palavras-chaves: é ouvir uma que está indexada e disparar de pronto. Se você for professor homem, um tipo típico é a apaixonada. Ela joga charme e o chama de fofo. Quer dizer, não precisa ser professor homem, não… Enfim, as paixões no contexto educacional existem, mas são despertadas mais pelo lugar simbólico ocupado pelo professor do que por suas qualidades pessoais intrínsecas.
Há ainda o follower e friend de redes sociais. Às vezes, o aluno esquece que o professor o segue e fala sem filtros pelos cotovelos digitais. Cutuca o(a) professor(a) e leva cutucão de volta no Facebook.
Poderia elencar mil tipos, mas é dispensável. Cada professor que faça sua lista. Urgente!!!!...as aulas começas semana que vem . 

Ao professor cabe selecionar, organizar e problematizar conteúdos de modo a promover um avanço no desenvolvimento intelectual do aluno, na sua construção como ser social. Bom trabalho a todos!!!

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