Vivemos numa sociedade bastante complicada e a todo o momento estamos nos relacionando com os mais variados tipos de pessoas, nos mais diversos ambientes: social, familiar e profissional. Esta convivência acaba sendo desgastante e maravilhosa ao mesmo tempo, pois as diferenças se fazem presentes a todo o momento, havendo necessidade de refletirmos a respeito de alguns valores muitas vezes esquecidos pelo corre-corre agitado: tolerância, paciência, respeito, amizade, empatia, humildade.
Palavras-chave: Reforma íntima, mudança, relações interpessoais, autoconhecimento, autodisciplina.
1. INTRODUÇÃO
Presenciamos na sociedade uma enorme necessidade de autoconhecimento, pois para conviver precisamos saber quem são as pessoas que estão em nosso entorno. A correria do dia-a-dia e a busca desenfreada pelo sucesso profissional acabam tornando os indivíduos insensíveis e impacientes para com tudo e todos.
Conviver com as pessoas, seja no trabalho, na sociedade e no ambiente familiar, pode ser maravilhoso, mas pode causar também muitos problemas. Estas relações sociais muitas vezes nos causam estresse, incômodo e desgaste, pois a maioria das pessoas está sem paciência de compreender o outro, tão voltadas para seus problemas pessoais. Este estilo de vida desequilibrado, acaba trazendo para si muitas energias negativas, que acabam se transformando em doenças no corpo físico.
As relações sociais estão, por esta razão, tornando-se complicadas. Os comportamentos das pessoas frente às dificuldades acabam desencadeando reações dos mais variados tipos e chegamos a um ponto em que necessitamos refletir sobre nossas ações, parando para escolher qual o caminho que queremos seguir: o da autodestruição ou do autoconhecimento. São muitas as possibilidades para que tenhamos uma melhor qualidade de vida, mas necessitamos dar o primeiro passo e investir nesta mudança.
Para tanto, precisamos seguir alguns critérios, como o direito de aprender acolhendo a idéia dos outros, ouvindo e aproveitando tudo aquilo que achamos possível de ser realizado. Aquilo que não é aproveitável, segundo nossa opinião, deletamos e seguimos em frente. Nada de falar mal dos colegas que não estão presentes; a sinceridade deve fazer parte da nossa vida, para que a mudança possa de fato acontecer.
Um cuidado redobrado com julgamentos pré-estabelecidos, pois da maneira que julgamos poderemos ser julgados e a aceitação do próximo talvez seja a mais difícil tarefa da humanidade. Por esta razão a inclusão está sendo uma das coisas mais discutidas em nossa sociedade. Este termo inclusão deve abranger não somente os portadores de necessidades educativas especiais, mas todos aqueles que de alguma forma sentem-se excluídos, seja por sua condição sócia econômica, étnica, social, opção sexual ou religiosa. Nossa sociedade quer enxergar somente aquilo que deseja e que não fuja dos padrões pré-estabelecidos por todos.
As relações interpessoais são importantes, pois através da convivência com o outro descobrimos a nós mesmos, e percebemos nossos pontos fracos E é no meio familiar que iniciamos todo este processo de reconhecimento do outro e aprendemos a lidar com as futuras situações que acontecerão na nossa vida.
Normalmente aquilo que nos incomoda no outro é aquilo que precisamos mudar em nós mesmos. Este conviver com o outro deve ser encarado positivamente, pois toda relação nos beneficia, desde que as vejamos como aprendizagem e uma forma de crescimento pessoal, desta forma, o autoconhecimento se faz necessário.
2. FAMÍLIA E O AUTOCONHECIMENTO
As famílias quando são solidamente constituídas, independentemente da classe sócio econômica, entorno social ou grau de escolaridade, contribuem de maneira significativa para o crescimento de uma sociedade. As relações entre pais e filhos, irmãos e demais parentes, os conflitos, as regras pré-estabelecidas e a cumplicidade nos tornam pessoas preparadas (quase sempre), para lidar com pessoas fora da nossa zona de conforto com mais segurança.
Os indivíduos são únicos e nascem com características próprias que vão sendo moldadas ao longo da vida. Sendo a família o principal alicerce de uma estrutura que nos manterá de pé por muito tempo e se esta base for mal construída, poderemos comprometer nossas relações sociais e possivelmente teremos problemas futuros.
Desde o nascimento vamos adquirindo habilidades sociais e estas vão sendo monitoradas por nossos pais, que nos orientam e nos direcionam da melhor maneira possível. Através do aprendizado familiar vamos reproduzindo padrões que serão repetidos em nosso meio social, nos tornando cidadãos prontos para lidar com as dificuldades que surgirão em nossa caminhada.
Quanto ao processo do autoconhecimento a única maneira de o fazermos é pararmos para refletir sobre nossas ações diariamente. Todas as mudanças duradouras requerem tempo e muito esforço pessoal. Desta maneira, evitamos a repetição de ações que nos tragam sofrimentos. É necessário saber nossos limites e nos permitir ir até onde não desrespeitemos o espaço do outro. Falar de maneira clara, expor nossas opiniões e não usar de meias palavras.
Tudo na nossa vida tem um preço e na maioria das vezes este valor é alto demais, o que demanda dor e sofrimento. Mas este sofrimento deve ser encarado como lição de crescimento e aprendizagem.
Não há erros na vida, apenas lições. Não há experiências negativas, apenas oportunidades para crescer, aprender e avançar na estrada do autocontrole. Da luta vem a força. Mesmo a dor pode ser uma professora maravilhosa. (SHARMA, 2002, p.56).
Devemos dedicar um tempo diariamente para cuidar de nós mesmos. Mesmo sendo uma prática difícil, quando automatizada, traz muitos benefícios para a nossa vida. Cuidamos de tantas coisas (alimentação, aparência física), mas pouco do nosso interior. Nossa casa mental muitas vezes está entulhada de pensamentos velhos, empoeirados e que nada acrescentam na nossa vida.
A mesma capacidade mental que temos para pensar em coisas ruins, temos para pensar positivamente, mas poucos fazem uso deste dom. Para realizarmos qualquer coisa, em primeiro lugar, necessitamos idealizar em nossa tela mental, acreditar e partir para ação.
Nada mais prazeroso do que sair da rotina vez por outra, fazer coisas diferentes, sair daquela famosa zona de conforto que tanto nos prendemos, muitas vezes por medo, outras por puro comodismo. A rotina acaba escondendo muitas descobertas que poderiam nos trazer benefícios e um ‘sangue novo’, mas nos negamos a experimentar, ousar, e acabamos não saindo do lugar. Criar exige esforço, mudança de hábitos, posturas diferentes e um autoconhecimento. Com muita maturidade devemos olhar para nós mesmos e nos perguntarmos: como sou? Como sou visto pelos outros? Desta forma encontraremos um equilíbrio entre o “eu” real e o “eu” ideal.
O essencial é inatingível, e o Universo devolve tudo o que lhe oferecemos, na mesma medida. Quanto mais amor, generosidade, compreensão e compaixão transmitirmos a nossos semelhantes, mais receberemos energia – em forma de amor, generosidade, compreensão e compaixão – para continuar trabalhando num mundo melhor. (BRANDALISE JR, 2004, p.44).
Depois de tomar consciência de nossos maus hábitos, devemos passar a buscar alternativas mais adequadas e ensaiar novos comportamentos até atingir aquilo que chamamos de aprendizagem. O segredo da aprendizagem está no exercício diário das ações, a fim de transformar os novos hábitos e uma rotina positiva e de crescimento pessoal, para que as pessoas que convivem conosco também se beneficiem desta mudança, gerando um campo enérgico saudável e criador. A partir disso, arregaçar as mangas e realizar esta reforma íntima.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além das inúmeras lições que ajudam nosso crescimento pessoal, algumas sugestões devem ser diariamente perseguidas por nós. Desenvolver pensamentos positivos e seguir a nossa missão com afinco e determinação, tendo consciência que obstáculos aparecerão, buscando sempre em nós mesmos a razão para seguir em frente, com coragem, persistência e autodisciplina.
Valorizar sempre o momento presente, pois ele é um presente dado por Deus. As relações interpessoais e familiares também são de suma importância, cultivando bons relacionamentos, vivendo plenamente um dia de cada vez e, acima de tudo, acreditando em nós mesmo, tendo esperança em um mundo melhor, inclusivo e de pessoas que de fato queiram fazer a diferença.
Muitas vezes nos deixamos levar pela energia negativa das pessoas que desacreditam nesta mudança e acabamos sendo simplesmente conduzidos como robôs que não pensam e que apenas reagem às situações. E é contra isso que precisamos lutar. Uma luta árdua, diária e incansável e que só nos traz benefícios, pois o universo conspira em favor daqueles que andam no caminho do bem.
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