Na moral, se trata de valores consagrados pelos usos e costumes de uma sociedade e, por isso, podem variar de uma sociedade para outra e até mesmo na mesma sociedade através dos tempos.
A Ética é um processo de reflexão crítica, trabalha com valores em conflito, o que implica em uma opção de valores। E isso leva a uma condição indispensável para o exercício ético – a Liberdade (HOSSNE)।
Ética na Filosofia
O termo ética, nasce num contexto filosófico, onde vários pensadores, em diferentes épocas, abordaram assuntos referentes a ele. Por exemplo: Sócrates, Aristóteles, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Kant, Espinoza, Hegel, Kierkergaard, Weber, Nietzsche e Pascal.
Dentre estes, enfatizamos:
Aristóteles com seu pensamento ético, que é ainda hoje uma das bases fundamentais do pensamento humano. É considerado o fundador da disciplina ética. Suas principais obras neste campo é a Ética a Eudemo e a Ética a Nicômaco.
Kant com a doutrina do imperativo categórico। Onde o núcleo afirma que um comportamento pode ser considerado moral quando é universalizável, isto é, quando se prende a uma norma que ultrapassa o caso concreto, a utilidade ou o interesse pessoal।
odo homem antes de ser tocado pela fé, tem a capacidade inata de discernir o bem do mal
A Teologia Moral é uma reflexão que concerne à “moralidade”, ou seja, ao bem e ao mal dos atos humanos e da pessoa que os realiza, e neste sentido, está aberta a todos os homens; porém é também Teologia, enquanto reconhece o princípio e o fim do comportamento moral em Deus।
Fundamentos da Teologia Moral
Para Montesquieu “as leis são relações necessárias que derivam da natureza das coisas”, tanto o termo “lei” como “natural”, possuem um significado análogo, quando se aplicam ao mundo físico ou a um contexto moral।
A Lei Natural
É uma lei que regula aqueles “atos humanos” nos quais estão presentes sempre dois aspectos: primeiro a consciência e liberdade, segundo, uma natureza “humana”।
É mediante os conceitos de natureza humana e de ato consciente e livre que se obtêm uma fundamentação sólida da moralidade। Assim a lei natural se fundamenta não só do lado objetivo – do valor moral que se nos apresenta, mas do lado subjetivo, ou seja, do sujeito racional que experimenta o valor moral।
Pessoa Humana
INTERFACE ENTRE A TEOLOGIA MORAL E A BIOÉTICA – O SERVIÇO À VIDA HUMANA
O termo PESSOA, historicamente assinala a linha de demarcação entre a cultura pagã e a cultura cristã।
(O conceito pessoa foi formulado pela primeira vez, estritamente, na reflexão teológica cristã, ao pensar a fé cristológica e trinitária, sobretudo entre os séc। II-V d।C.).
Antes do cristianismo não existia nem em grego e nem em latim uma palavra para exprimir o conceito de pessoa, pois na cultura clássica tal conceito não existia.
Não se reconhecia o valor absoluto ao indivíduo enquanto tal, este dependia da casta ou da raça
O cristianismo então, cria uma nova dimensão do homem: a de PESSOA ।
Tomás de Aquino, aperfeiçoando a definição de pessoa de Boécio, diz que:
O ser humano é Pessoa desde o momento da sua concepção, e que, portanto, a dignidade da pessoa não depende de qualquer convenção social ou de qualquer código de direito, mas é uma qualidade originária, intangível e perene.
Quem é pessoa é pessoa desde sempre e para sempre: porque isto faz parte da sua própria constituição ontológica। (Mondim)
O princípio da TOTALIDADE UNIFICADA Da Pessoa Humana
Este princípio se fundamenta sobre o fato de que a corporeidade humana é um todo unitário, resultante de partes distintas e entre elas organicamente e hierarquicamente unificadas (o conjunto dos componentes
físicos, espirituais e morais)
da existência única e pessoal।
É à luz da Dignidade da Pessoa Humana, que se afirma a exigência moral de amar e respeitar a pessoa como um fim e nunca como um simples meio
(João Paulo II, Veritatis Splendor, 48)
Dignidade da Pessoa Humana
Constitui uma das raízes prioritárias que configuram a eticidade.
a dignidade humana, é “algo que pertence a todos aqueles que são considerados membros do gênero humano। A Consciência Moral consiste num julgamento prático proferido pela inteligência sobre a honestidade ou desonestidade de cada um dos nossos atos; é um testemunho que, proferido no íntimo de cada pessoa, distingue entre o bem e o mal moral e tende a levar cada qual a praticar o bem e evitar o mal.
Todo homem, por mais primitivo que seja, possui uma consciência moral.
“A alegria de uma boa consciência é o paraíso” (Sto Agostinho)
“A dignidade Humana é um valor transcendente, como tal sempre reconhecido por todos aqueles que se entregam sinceramente à busca da verdade” ( J। Paulo II)
A CONSCIÊNCIA MORAL
A CONSCIÊNCIA MORAL não é algo que o homem cria ou suscita dentro de si. É algo de congênito ou inato, que começa a falar desde que a criança chegue ao uso da razão.
É a voz de Deus no íntimo de cada indivíduo
Todos os povos, mesmo os mais primitivos, reconheceram a existência da Consciência Moral।
Como funciona a Consciência
Basicamente, o princípio que a consciência incute soa assim:
“Pratica o bem e evita o mal”
“Pratica o bem e evita o mal”
Consciência e Prudência
A Prudência é a virtude que percebe o apelo à pratica do bem que se deriva da situação concreta do indivíduo ।
A Prudência segundo Aristóteles, envolve além do caráter de cuidado, precaução, uma necessidade de arriscar, de algo que deve ser feito.
É também chamada de sabedoria prática - Phrónesis
Diferente da sabedoria teorética - Sophia
A Prudência enquanto Phronesis, atua no homem levando-o a fazer algo que deve ser feito
Sendo uma virtude que ajuda o homem na formulação de juízos, ela se torna também um dos referenciais da BIOÉटिका
Consciência e autonomia
Kant
Faz uma estreita relação entre a moral e a religião em sua obra Crítica da Razão Prática, onde fundamenta a idéia de Deus, mesmo esta não sendo necessária para fundamentar a moral.
Autonomia é uma exigência imprescindível para a dignidade do homem।
De acordo com a Teologia Moral, a sacralidade da vida humana a torna inviolável, descartando toda e qualquer instrumentalização da pessoa.
A vida humana, já na sua dimensão biológica, é a condição de tudo o que é humano, portanto da vida espiritual, histórica e existêncial da pessoa humana.
A convicção da dignidade, do valor e da autonomia da pessoa, representa um dos elementos qualitativos da proposta antropológica cristã।
A BIOÉTICA mesmo desvinculada de qualquer profissão religiosa, está a serviço da vida nas suas mais diversas manifestações, mas de modo particular da vida humana।
A partir disso, chega-se à conclusão da proximidade que existe entre as duas disciplinas.
E a interface que a vida humana faz entre elas।
...respeita, defende, ama e serve a vida, cada vida humana! Unicamente por esta estrada, encontrarás justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicidade!
João Paulo II
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