PRÉ-SAL BRASILEIRO - RESUMÃO
O que é o pré-sal?
Como o Brasil vai explorar essa riqueza?
Há alguma garantia que justifique o investimento?
O termo pré-sal
refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de
grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e
acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um
intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de
sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O
termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram
sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas
rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios
de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.
As
maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente
pela Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa
Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo
leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no
pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de
enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior
valor de mercado.
Qual o volume estimado de óleo encontrado nas acumulações do pré-sal descobertas até agora?
Os
primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se
ter uma ideia, só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes
recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo
equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia de
Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás
natural, com densidade em torno de 30º API.
As recentes descobertas na camada pré-sal são economicamente viáveis?
Com
base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há
dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento
comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos
para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos
de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem
garantir o sucesso dessa empreitada. Algumas etapas importantes dessa
tarefa já foram vencidas: em maio deste ano a Petrobras iniciou o teste
de longa duração da área de Tupi, com capacidade para processar até 30
mil barris diários de petróleo. Um mês depois a Refinaria de Capuava
(Recap), em São Paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído
da camada pré-sal da Bacia de Santos. É um marco histórico na indústria
petrolífera mundial.
Quais serão as contribuições dessas grandes descobertas para o desenvolvimento nacional?
Diante
do grande crescimento previsto das atividades da companhia para os
próximos anos, tanto no pré-sal quanto nas demais áreas onde ela já
opera, a Petrobras aumentou substancialmente os recursos programados em
seu Plano de Negócios. São investimentos robustos, que garantirão a
execução de uma das mais consistentes carteiras de projetos da
indústria do petróleo no mundo. Serão novas plataformas de produção,
mais de uma centena de embarcações de apoio, além da maior frota de
sondas de perfuração a entrar em atividade nos próximos anos.
A
construção das plataformas P-55 e P-57, entre outros projetos já
encomendados à indústria naval, garantirá a ocupação dos estaleiros
nacionais e de boa parte da cadeia de bens e serviços offshore do país.
Só o Plano de Renovação de Barcos de Apoio, lançado em maio de 2008,
prevê a construção de 146 novas embarcações, com a exigência de 70% a
80% de conteúdo nacional, a um custo total orçado em US$ 5 bilhões. A
construção de cada embarcação vai gerar cerca de 500 novos empregos
diretos e um total de 3.800 vagas para tripulantes para operar a nova
frota.
A Petrobras está preparada, tecnologicamente, para desenvolver a área do pré-sal?
Sim.
Ela está direcionando grande parte de seus esforços para a pesquisa e o
desenvolvimento tecnológico que garantirão, nos próximos anos, a
produção dessa nova fronteira exploratória. Um exemplo é o Programa
Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios
Pré-sal (Prosal), a exemplo dos bem-sucedidos programas desenvolvidos
pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Procap, que viabilizou a
produção em águas profundas. Além de desenvolver tecnologia própria, a
empresa trabalha em sintonia com uma rede de universidades que
contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico nacional.
Em dezembro o Cenpes já havia concluído a modelagem integrada em 3D das
Bacias de Santos, Espírito Santo e Campos, que será fundamental na
exploração das novas descobertas.
Como está a capacidade instalada da indústria para atender a essas demandas?
Esse
é outro grande desafio: a capacidade instalada da indústria de bens e
serviços ainda é insuficiente para atender às demandas previstas.
Diante disso, a Petrobras recorrerá a algumas vantagens competitivas já
identificadas, para fomentar o desenvolvimento da cadeia de
suprimentos. Graças à sua capacidade de alavancagem, pelo volume de
compras, a empresa tem condições de firmar contratos de longo prazo com
seus fornecedores. Uma garantia e tanto para um mercado em fase de
expansão. Além disso, pode antecipar contratos, dar suporte a
fornecedores estratégicos, captar recursos e atrair novos parceiros.
Tudo isso alicerçado num programa agressivo de licitações para
enfrentar os desafios de produção dos próximos anos.
Quais os trunfos da Petrobras para atuar na área do pré-sal?
Em
primeiro lugar, a inegável competência de seu corpo técnico e
gerencial, reconhecida mundialmente; a experiência acumulada no
desenvolvimento dos reservatórios em águas profundas e ultraprofundas
das outras bacias brasileiras; sua base logística instalada no país; a
sua capacidade de articulação com fornecedores de bens e serviços e com
a área acadêmica no aporte de conhecimento; e o grande interesse
econômico e tecnológico que esse desafio desperta na comunidade
científica e industrial do país.
Que semelhanças podem ser identificadas entre o que ocorreu na década de 80, na Bacia de Campos, e agora, com o pré-sal?
Que semelhanças podem ser identificadas entre o que ocorreu na década de 80, na Bacia de Campos, e agora, com o pré-sal?
De
fato, as descobertas no pré-sal deixam a Petrobras em situação
semelhante à vivida na década de 80, quando foram descobertos os campos
de Albacora e Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com
aqueles campos, a Companhia identificava um modelo exploratório de
rochas que inauguraria um novo ciclo de importantes descobertas. Foi a
era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas
à produção de petróleo no Brasil. Com o pré-sal da Bacia de Santos,
inaugura-se, agora, novo modelo, assentado na descoberta de óleo e gás
em reservatórios carbonáticos, com características geológicas
diferentes. É o início de um novo e promissor horizonte exploratório.
Quanto
representa esse potencial em nível mundial?
Caso
a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os seis países que
possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia
Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.
Como o Brasil vai explorar essa riqueza?
A
grande polêmica está justamente na tecnologia que será necessária para a
extração. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo
de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros países. O campo
de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do litoral, a uma
profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. É de lá e dos blocos
contíguos que o governo espera que vá jorrar 10 bilhões de barris de petróleo.
Quanto deverá custar o projeto?
Quanto deverá custar o projeto?
Devido
à falta de informações sobre os campos, ainda é muito cedo para se ter uma
estimativa concreta de custos. No entanto, alguns estudos já dão uma ideia do
tamanho do desafio. Uma pesquisa elaborada pelo banco USB Pactual, por exemplo,
diz que seriam necessários 600 bilhões de dólares (45% do produto interno bruto
brasileiro) para extrair os 50 bilhões de barris estimados para os blocos de
exploração de Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar (apenas 13% da área do pré-sal). A
Petrobras já é mais modesta em suas previsões. Para a companhia, o custo até se
aproxima dos 600 bilhões de dólares, mas engloba as seis áreas já licitadas em
que é a operadora: Tupi e Iara, Bem-Te-Vi, Carioca e Guará, Parati, Júpiter e
Carambá.
Há alguma garantia que justifique o investimento?
Testes
realizados pela Petrobras em maio e junho deste ano mostraram que ainda não
estão totalmente superados os desafios tecnológicos para explorar a nova
riqueza. A produção no bloco de Tupi ficou abaixo dos 15.000 barris de petróleo
que a Petrobras esperava extrair por dia durante o teste de longa duração.
Quais são os riscos desse investimento?
Quais são os riscos desse investimento?
Fora
o risco de não haver os alardeados bilhões de barris de petróleo no pré-sal, a
Petrobras ainda poderá enfrentar outros problemas. Existe a chance de a
rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em seus poros, não se
prestar à produção em larga escala a longo prazo com a tecnologia existente
hoje. Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação
heterogênea, talvez também sejam necessárias tecnologias distintas em cada
parte do campo. Além disso, há o receio de que a alta concentração de dióxido
de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.
Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração?
Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração?
Os
recursos obtidos pela União com a renda do petróleo serão destinados ao Novo
Fundo Social (NFS), que realizará investimentos no Brasil e no exterior com o
objetivo de evitar a chamada "doença holandesa", quando o excessivo
ingresso de moeda estrangeira gera forte apreciação cambial, enfraquecendo o
setor industrial. De acordo com o governo federal, a implantação deste fundo
será articulada com uma política industrial voltada as áreas de petróleo e gás
natural, criando uma cadeia de fornecedores de bens e serviços nas indústrias
de petróleo, refino e petroquímico. Parte das receitas oriundas dos
investimentos do fundo irá retornar à União, que aplicará os recursos em
programas de combate à pobreza, em inovação científica e tecnológica e em
educação.
O que acontecerá com os contratos de concessão do local já licitados e assinados?
Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.
O que acontecerá com os contratos de concessão do local já licitados e assinados?
Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.
fonte:
http://veja.abril.com.br/http://www.mundovestibular.com.br/http://educacao.uol.com.br/http://www.portalsaofrancisco.com.br
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