domingo, 29 de março de 2009

O poder das palavras


Ando pensando no poder das palavras.
Há palavras que bendizem, outras que maldizem.
Descubro cada vez mais que Jesus era especialista em palavras benditas. Quero ser também. Além de bendizer com a palavra.
Ele também era capaz de fazer esquecer a palavra que amaldiçoou.
Evangelizar consiste em fazer o outro esquecer o que nele não presta, e que a palavra maldita insiste em lembrar.

Quero viver para fazer esquecer... Queira também. Nem sempre eu consigo, mas eu não desisto. Não desista também. Há mais beleza em construir que destruir.

Repito: só dê ouvidos a quem te ama. Tudo mais é palavra perdida, sem alvo e sem motivo santo.

Só mais uma coisa. Não te preocupes tanto com o que acham de ti. Quem geralmente acha não achou nem sabe ver a beleza dos avessos que nem sempre tu revelas.

O que te salva não é o que os outros andam achando, mas é o que Deus sabe a teu respeito.

Padre Fábio de Melo

Sábias palavras
@marimaura@

A importância da pontuação.


Um homem rico estava muito mal, agonizando.

Pediu papel e caneta. Escreveu assim: 'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres'
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem ele deixara a fortuna?

Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres."
@marimaura@

Lágrimas


"E DEUS LHES ENXUGARÁS DOS OLHOS TODA A LÁGRIMA...'

TOMA O LENÇO DE DEUS E ENXUGA O PRANTO, SEJA QUAL FOR A DOR QUE TE ENTRISTECE.

SE ACASO PENSAS QUE SOFRESTE TANTO, TOMA O LENÇO DIVINO E O MAL ESQUECE.

DEUS PODE TRANSFORMAR O CHORO EM CANTO, SE O PROCURARES PORVENTURA, EM PRECE.

ELE TE ABRIGA NO SEU SANTO MANTO,
E A PAZ INEXCEDÍVEL TE OFERECE.

NÃO TE ENVERGONHES, SE PRECISO CHORA. TUA TRISTEZA, AMIGO, PÕE PRA FORA, E CONTA TUDO AO PAI EM ORAÇÃO.

E SENTIRÁS ALIVIO, FINALMENTE, TRANQÜILIZANDO
O CORAÇÃO E A MENTE,
TENDO O LENÇO DE DEUS EM TUA MÃO."
@marimaura@

Sorrisos e lágrimas


"Quando tiveres uma lágrima,parte-a ao meio,me dê metade e chorarei contigo . . .
Quando eu tiver um sorriso,dou-te inteiro pra que eu te veja sempre sorrindo . . .
Faria tudo pra ve-la sempre sorrindo,as pessoas que a gente ama,queremos ver sempre bem,de bem com todos,com a vida e com si próprio . . . . .
de mais valor na vida e serás feliz"
@marimaura@

A vida é uma estrada


"A Vida é uma Estrada

A vida é uma estrada
onde só se pode rodar num sentido.

Não há desvio ou retorno
que nos conduza para trás.

Se soubermos aceitar este fato,
a vida se torna mais simples e
só então poderemos tirar
o melhor proveito do que temos
e do que somos.

A vida é muito preciosa,
nunca se esqueça disso.

Você tem apenas uma vida
e pode até não dar o valor que
realmente ela mereça,
mas com certeza há pessoas que dão
este valor para a sua vida.

Muitas vezes,
nossa vida parece um pouco complicada,
mas é tudo passageiro...
@marimaura@

São barreiras que aparecem
para se vencer,
e aprender cada Vez mais com elas...

Viva para o bem,
que o bem será feito à você"

Sem sonhos não!!!


"Sem Sonhos,as perdas se tornam insuportáveis,


as pedras no caminho se tornam montanhas,


os fracassos se transformam em golpes fatais.


Mais, se você tiver Grandes sonhos...


Seus erros produzirão crescimento,


seus desafios produzirão oportunidades,


seus medos produzirão Coragem."


@marimaura@

Crianças na internet


Cuidado com as crianças


Nesta quarta eu estava num evento de mídia online e, num dos intervalos, conversava com profissionais da área de educação como eu. A história de muitas crianças estarem conectados com seus novos notebooks ficou meio popular pelo twitter* e eu questionava sobre a segurança deles na web. A alternativa que testo há algum tempo aqui em casa é usar um navegador infantil, para me interligar com o mundo infantil, pois trabalho com faixas etárias variadas de crianças. Vários sites desenvolvido para crianças de 3 a 12 anos, o browser é intuitivo porque usa figuras que tornam a navegação fácil mesmo para os que não sabem ler (ou não entendem o inglês bem). Mas a grande vantagem é a preocupação com o conteúdo acessado pelas crianças, pois o conteúdo é analisado por pais e professores. Por exemplo, meu sobrinho tentou ver meu blog por lá e recebeu como resposta um aviso de que o site indicado seria avaliado pela equipe e, se fosse aprovado, poderia ser visto numa próxima visita. Apesar de ser também uma rede social que possibilita que a criança converse com seus amigos ou saiba de algo que elas estejam olhando também. Para os pais vale experimentar a conta free e cuidar das crianças, pois recebemos um relatório dos sites acessados pelas crianças e um site individual onde pode ser acessadas informações da escola ou de um blog da família . O download do navegador pode ser feito no próprio site do KidZui.

Vale pensar ."


Psicopedagoga- Marimaura

Crianças na internet


"Oba, volta às aulas!

À primeira vista o título acima pode soar estranho, mas é possível (sim) mostrar aos pequenos o lado divertido de voltar para a escola
Algumas crianças ficam ansiosas, contando os dias para rever os amiguinhos e conhecer a nova professora, mas outras têm medo e dariam tudo para ficar em casa por mais tempo. Cabe a você criar um clima de boa expectativa, tornando a novidade divertida e atraente, e não apenas uma obrigação.
O momento de providenciar o material escolar pode ser aproveitado para incentivar a criança a voltar às aulas com pique total. Quem é que não se lembra da delícia que era escolher as capas do caderno, encapar os livros e ficar curtindo tudo com cheirinho de novo? Conte para seus filhos o quanto você também ficava entusiasmada durante o período de voltar à rotina escolar e transfira esse sentimento positivo para eles.

A internet deve fazer parte da “lista” de material escolar?
Ter uma coleção de enciclopédias em casa para consultar já não é tão comum para as crianças como era no seu tempo de escola. Com seus prós e contras, não dá para ignorar a facilidade da internet para a realização das tarefas escolares. Basta utilizar um mecanismo de busca para encontrar tudo sobre o assunto pedido pelo professor. Mas é aí que mora o perigo: quantidade de informação não significa qualidade.

A melhor maneira de evitar que as pesquisas venham com resultados errados é saber quais sites seu filho está consultando com essa finalidade. Navegue com ele, saiba quem escreve as informações, isso o ajudará a entender com mais clareza os perigos da internet."

@marimaura@

Um Visitante Diferente




"Dispersado de sua terra, passaram-se muitos anos até que o povo de Israel estivesse morando novamente em Jerusalém. Mesmo assim, ele não tinha soberania.
O império romano e sua força militar dominava muitos povos, entre eles, os israelistas que também tinham de pagar impostos aos romanos. Dessa forma, o rei que governava as terras de Israel, era escolhido pelo imperador romano e chamava-se Herodes.
Também havia naquela mesma época, um sacerdote chamado Zacarias, casado com Isabel. Os dois eram pessoas justas e viviam conforme os mandamentos de deus.
Eles queriam muito ter filhos, mas já estavam ficando velhos para ter um bebê.
Além de Zacarias, os israelistas tinham outros sacerdotes que, como ele, cuidavam do templo e faziam tudo o que fosse necessário para prestar culto a Deus.
Estes sacerdotes sempre escolhiam um deles, para entrar no santuário e adorar a Deus.
Certo dia, Zacarias foi escolhido para essa tarefa. E, enquanto cuidadosamente preparava o altar, surgiu de repente um anjo. Zacarias ficou perturbado e também com medo.
Veja mais contos infantis."
@marimaura@

Um Mundo Fantástico




"Um Mundo Fantástico
Dona Dulce tem 3 filhos: Kayki, Rayela e Lua.
Kayki é o mais velho, ele tem 20 anos e esta na faculdade, Rayela tem 15 anos e está no ginásio, e Lua é a mais nova, tem 11 anos.
Íris, a vizinha de Lua, é dona da biblioteca Cantinho de Luz, esse nome é porque Íris costuma dizer que ler é uma luz, que é muito importante ler.
Íris gosta muito de Lua, ou melhor, de Lu.
Lua, sua mãe e sua irmã foram ler livros na biblioteca assim que chegaram de um passeio, e Lu perguntou a Íris onde estavam seus livros preferidos: Escola de Magia.
-No segundo corredor e na terceira prateleira. Respondeu Íris.
Lua ficou tão distraída que nem percebeu sua irmã ir para a outra sessão de livros que era em outra sala.
Lua olhou e não viu sua irmã, ela ficou desesperada, começou a andar pela biblioteca olhando para os lados, andou até a outra sessão e encontrou sua irmã.
Lua abraçou a irmã que pediu desculpa por sair sem avisar.
Rayela levou Lua para a D. Dulce que estava conversando com Íris.
Lua estava indo embora, e quando estava para sair Íris chamou ela bem alto, e deu um livro para Lua.
-Toma Lu, eu vi como você gosta dos livros Escola de Magia então, toma.
-Um livro da Escola de Magia, muito obrigada Íris, eu amei.
Lua chegou a sua casa animada, foi à cozinha pegou um suco gostoso e sentou no sofá para ler o livro.
-Pronto, agora eu posso ler o meu livro.
Escola de Magia
Ellen estava procurando o seu colar quando Miguel pergunta:
-Ellen onde está o Leandro?
-O Leandro, pra que quer saber?
-Preciso..."

Rapunzel



"Era uma vez um casal que há muito tempo desejava inutilmente ter um filho. Os anos se passavam, e seu sonho não se realizava. Afinal, um belo dia, a mulher percebeu que Deus ouvira suas preces. Ela ia ter uma criança!
Por uma janelinha que havia na parte dos fundos da casa deles, era possível ver, no quintal vizinho, um magnífico jardim cheio das mais lindas flores e das mais viçosas hortaliças. Mas em torno de tudo se erguia um muro altíssimo, que ninguém se atrevia a escalar. Afinal, era a propriedade de uma feiticeira muito temida e poderosa.
Um dia, espiando pela janelinha, a mulher se admirou ao ver um canteiro cheio dos mais belos pés de rabanete que jamais imaginara. As folhas eram tão verdes e fresquinhas que abriram seu apetite. E ela sentiu um enorme desejo de provar os rabanetes.
A cada dia seu desejo aumentava mais. Mas ela sabia que não havia jeito de conseguir o que queria e por isso foi ficando triste, abatida e com um aspecto doentio, até que um dia o marido se assustou e perguntou:
— O que está acontecendo contigo, querida?
— Ah! — respondeu ela. — Se não comer um rabanete do jardim da feiticeira, vou morrer logo, logo!
O marido, que a amava muito, pensou: “Não posso deixar minha mulher morrer… Tenho que conseguir esses rabanetes, custe o que custar!”
Ao anoitecer, ele encostou uma escada no muro, pulou para o quintal vizinho, arrancou apressadamente um punhado de rabanetes e levou para a mulher. Mais que depressa, ela preparou uma salada que comeu imediatamente, deliciada. Ela achou o sabor da salada tão bom, mas tão bom, que no dia seguinte seu desejo de comer rabanetes ficou ainda mais..."
@marimaura@

Pinóquio




"Era uma vez, um senhor chamado Gepeto. Ele era um homem bom, que morava sozinho em uma bela casinha numa vila italiana.
Gepeto era marceneiro, fazia trabalhos incríveis com madeira, brinquedos, móveis e muitos outros objetos. As crianças adoravam os brinquedos de Gepeto.
Apesar de fazer a felicidade das crianças com os brinquedos de madeira, Gepeto sentia-se muito só, e por vezes triste. Ele queria muito ter tido um filho, e assim resolveu construir um amigo de madeira para si.
O boneco ficou muito bonito, tão perfeito que Gepeto entusiasmou-se e deu-lhe o nome de Pinóquio.
Os dias se passaram e Gepeto falava sempre com o Pinóquio, como se este fosse realmente um menino.
Numa noite, a Fada Azul visitou a oficina de Gepeto. Comovida com a solidão do bondoso ancião, resolveu tornar seu sonho em realidade dando vida ao boneco de madeira.
E tocando Pinóquio com a sua varinha mágica disse:
__Te darei o dom da vida, porém para se transformar num menino de verdade deves fazer por merecer . Deve ser sempre bom e verdadeiro como o seu pai, Gepeto.
A fada incumbiu um saltitante e esperto grilo na tarefa de ajudar Pinóquio a reconhecer o certo e o errado, dessa forma poderia se desenvolver mais rápido e alcançar seu almejado sonho: tornar-se um menino de verdade.
No dia seguinte, ao acordar, Gepeto percebeu-se que o seu desejo havia se tornado realidade.
Gepeto, que já amava aquele boneco de madeira como seu filho, agora descobria o prazer de acompanhar suas descobertas, observar sua inocência, compartilhar sua vivacidade. Queria ensinar ao seu filho, tudo o que sabia e retribuir a felicidade que o boneco lhe proporcionava.
Sendo assim, Gepeto...."
@marimaura@

Papai Contos




"Os papais são todos iguais. Só muda o filho e o endereço. Mas papai contos é mesmo demais! É tão valioso que não tem preço!

Igual a mamãe ele trabalha. Mas isso em nada atrapalha. Ele acha um tempo ao meio-dia. Almoçamos juntos e é aquela folia!

Aos domingos quando faz sol. Somos companheiros no futebol. E quando a gente volta para casa. Ajudamos a mamãe a arrumar a mesa.

À tarde vamos todos passear. Papai,Mamãe e eu do lado. Eles dois parecem namorados. A gente se diverte até cansar!

Papai Contos é meu herói e amigo. Ele é honesto,trabalhador e lea. Sempre, sempre conte comigo! Ele me diz de um jeito muito especial!

Papai,às vezes,faz cara séria Nem por isso é menos sensível. Ele também me conta histórias Papai Contos é mesmo incrível!
@marimaura@

Os Sacis



"Os Sacis estavam de boca aberta.
- Você esteve na cidade Pororó?
- Bem só no alto do redemoinho...
- Como você sabe dessa história de apartamento e elevador?
- Um menino me contou. Eu peguei roupa no varal e fui falar com ele.
- E ele?
- Pensou que eu era menino também.
- Não tinha perigo?
- De quê?
- Descobrir que você era Saci...
- Xiii...Sabem o que eu descobri?
- Diga logo! Pediram os dois.
- Menino não acredita em Saci!
- O quê?
- A gente esta lá, perto do mato, tinha falado de tudo...Então eu perguntei se ele tinha medo de Saci...
- E ele?
- Fala Pororó.
Pororó fez um ligeiro suspense e revelou.
- Ele riu muito.
- Riu?
- Disse que saci não existe.
- Saci não existe?
- Nós não existimos?
- Com essa, o Piriri desabou:
- A gente perde a casa, sofre feito Saci e ainda vem um menino dizer que Saci não existe...buááá...buééé..."




@marimaura@

Os Três Porquinhos



"Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:
__Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos.
A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.
Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:
__Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe.
Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar.
Cada porquinho queria usar um material diferente.
O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo:
__ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas.
O porquinho mais sábio advertiu:
__ Uma casa de palha não é nada segura.
O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite:
__ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar.
__ Uma casa toda de madeira também não é segura ..."
@marimaura@

O Vento e o Sol




"O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte.
De repente, viram um viajante que vinha caminhando.
- Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais forte. Você começa!- propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem.
O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se.
O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó.

O amor constrói, a violência arruina"
ttp://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=11
@marimaura@

O Soldadinho de Chumbo



Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao lado dos irmãos.
Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso, tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever.
Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino.
Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou:
— Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado.
E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira.
Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho.
A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul.
A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida".





@marimaura@

O Príncipe Sapo



"Há muito tempo, quando os desejos funcionavam, vivia um rei que tinha filhas muito belas. A mais jovem era tão linda que o sol, que já viu muito, ficava atônito sempre que iluminava seu rosto.
Perto do castelo do rei havia um bosque grande e escuro no qual havia um lagoa sob uma velha árvore.
Quando o dia era quente, a princesinha ia ao bosque e se sentava junto à fonte. Quando se aborrecia, pegava sua bola de ouro, a jogava alto e recolhia. Essa bola era seu brinquedo favorito. Porém aconteceu que uma das vezes que a princesa jogou a bola, esta não caiu em sua mão, mas sim no solo, rodando e caindo direto na água.
A princesa viu como ia desaparecendo na lagoa, que era profunda, tanto que não se via o fundo. Então começou a chorar, mais e mais forte, e não se
consolava e tanto se lamenta, que alguém lhe diz:
- Que te aflige princesa? Choras tanto que até as pedras sentiriam pena. Olhou o lugar de onde vinha a voz e viu um sapo colocando sua enorme e feia cabeça fora da água.
- Ah, és tu, sapo - disse - Estou chorando por minha bola de ouro que caiu na lagoa.
- Calma, não chores -, disse o sapo; Posso ajudar-te, porém, que me darás se te devolver a bola?
- O que quiseres, querido sapo - disse ela, - Minhas roupas, minhas pérolas, minhas jóias, a coroa de ouro que levo.
O sapo disse:
- Não me interessam tuas roupas, tuas pérolas nem tuas jóias, nem a coroa. Porém me prometes deixar-me ser teu companheiro e brincar contigo, sentar a teu lado na mesa, comer em teu pratinho de ouro, beber de teu copinho e dormir em tua cama; se me prometes isto eu descerei e trarei tua bola de ouro..."
@marimaura@

O Patinho Feio



O Patinho Feio


"A mamãe pata tinha escolhido um lugar ideal para fazer seu ninho: um cantinho bem protegido, no meio da folhagem, perto do rio que contornava o velho castelo.
Mais adiante estendiam-se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora aquecia pacientemente seus ovos. Por fim, após a longa espera, os ovos se abriram um após o outro, e das cascas rompidas surgiram, engraçadinhos e miúdos, os patinhas amarelos que, imediatamente, saltaram do ninho.
Porém um dos ovos ainda não se abrira; era um ovo grande, e a pata pensou que não o chocara o suficiente.
Impaciente, deu umas bicadas no ovão e ele começou a se romper.
No entanto, em vez de um patinho amarelinho saiu uma ave cinzenta e desajeitada. Nem parecia um patinho.
Para ter certeza de que o recém-nascido era um patinho, e não outra ave, a mãe-pata foi com ele até o rio e o obrigou a mergulhar junto com os outros.
Quando viu que ele nadava com naturalidade e satisfação, suspirou aliviada. Era só um patinho muito, muito feio.
Tranqüilizada, levou sua numerosa família para conhecer os outros animais que viviam nos jardins do castelo.
Todos parabenizaram a pata: a sua ninhada era realmente bonita. Exceto um. O horroroso e desajeitado das penas cinzentas!
— É grande e sem graça! — falou o peru.
— Tem um ar abobalhado — comentaram as galinhas.
O porquinho nada disse, mas grunhiu com ar de desaprovação.
Nos dias que se seguiram, as coisas pioraram. Todos os bichos, inclusive os patinhos, perseguiam a criaturinha feia.
A pata, que no princípio defendia aquela sua estranha cria, agora também sentia aversão ao próprio filho..."


@marimaura@

O Leão e o Ratinho




"Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado à sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.
Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu embaixo da pata.
Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora.
Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva.
Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou o leão.


Uma boa ação ganha outra."
@marimaura@

O Gato de Botas


O Gato de Botas

"Era uma vez um moleiro muito pobre, que tinha três filhos. Os dois mais velhos eram preguiçosos e o caçula era muito trabalhador.
Quando o moleiro morreu, só deixou como herança o moinho, um burrinho e um gato. O moinho ficou para o filho mais velho, o burrinho para o filho do meio e o gato para o caçula. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato lhe disse:
__Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.
Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas, encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe:
__Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso.
__Coelho?! - exclamou o rei.
__ Que bom! Gosto muito de coelho, mas o meu cozinheiro não consegue nunca apanhar nenhum. Diga ao teu amo que eu lhe mando os meus mais sinceros agradecimentos.
No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como presente do marquês de Carabás.
Durante um tempo, o gato continuou a levar ao palácio outros presente, todos dizia ser da parte do Marquês de Carabás.
Um dia o gato convidou seu amo para tomar um banho no rio. Ao chegarem ao local o gato disse ao jogou seu amo dentro do rio..."
@marimaura@

O Cão e a Carne

O Cão e a Carne.


"Era uma vez um cão, que ia atravessando um rio; levava na boca um suculento pedaço de carne. Porém, viu na água do rio a sombra da carne, que era muito maior.
Prontamente ele largou seu pedaço de carne e mergulhou no rio para pegar o maior. Nadou, nadou e não achou nada, e ainda perdeu o pedaço que levava.

Moral da história: Nunca deixes o certo pelo duvidoso. De todas as fraquezas humanas a cobiça é a mais comum, e é todavia a mais castigada."


@marimaura@

O Corvo e a Raposa







"Um corvo pousou em uma árvore, com um bom pedaço de queijo no bico.
Atraída pelo cheiro do queijo, aproximou-se da árvore uma raposa.
Com muita vontade de comer aquele queijo, e sem condições de subir na árvore, afinal, não tinha asas, a raposa resolveu usar sua inteligência em benefício próprio.
__ Bom dia amigo Corvo!- disse bem matreira a raposa.
O corvo olhou-a e fez uma saudação balançando a cabeça.
__Ouvi falar que o rouxinol tem o canto mais belo de toda a floresta. Mas eu aposto que você, meu amigo, acaso cantasse, o faria melhor que qualquer outro animal.
Sentindo-se desafiado e querendo provar seu valor, o corvo abriu o bico para cantar. Foi quando o queijo caiu-lhe da boca e foi direto ao chão.
A raposa apanhou o queijo e agradeceu ao corvo:
__ Da próxima vez amigo, desconfie das bajulações!

Moral da história: Desconfie dos bajuladores, esses sempre se aproveitam da situação, para tirar vantagem sobre você."
@marimaura@

O Asno e o Cavalo



O Asno e o Cavalo

"Um asno, de passo tardo,
mal podendo suportar
o pesadíssimo fardo
que tinha de carregar,
pediu ao Cavalo:
- Amigo, podes dividir comigo
a carga que mal suporto?
Se assim continuar,
muito em breve estarei morto.
O Cavalo respondeu:
- Com isso pouco me importo.
Sem demora, o Asno morreu.
Então o dono dos dois
transferiu para o Cavalo
todos os sacos de arroz.
E foi assim que um esperto
acabou bancando o otário
e pagou um alto preço
porque não foi solidário."
@marimaura@
Era uma família pequena, a nossa: mãe que acabara de saber que estava grávida de uma suposta filha. Pai, ao saber do acontecimento, abandonou minha mãe. Mainha sofria a cada minuto, voltou a morar na casa de minha vó. As minhas tias faziam muito minha mãe sofrer, sempre sufocando-a com a seguinte fala:“-Uma mãe solteira na casa dos pais nunca pode pedir nada a ninguém ...”E assim, passaram os nove meses, sofrimento, angústia, medo de ter que me doar assim que acabasse de nascer. Ô mulher forte, fonte de toda a minha luta porque nunca escondeu sua decisão, se fosse para consumar os desejos da família ela iria morar debaixo da ponte.Graças ao Divino Mestre e a determinação de mainha isso nunca aconteceu. Nasci feia, pense numa menina sem graça, desnutrida, sem nenhum fio de cabelo, nem conseguia chorar; porém nem com meu nascimento minha família não mudou de opinião, a rejeição perdurou por parte de todos, meu avô só conseguiu olhar para mim depois de oito dias, mesmo assim só porque ficara sabendo que eu iria morrer.Mas com todo meu sofrimento, meus olhinhos nunca pararam de brilhar, sendo a única esperança da minha mãe porque se fosse esperar pela saúde, não podia criar nenhuma expectativa. E o tempo foi passando, passando, passando, minha mãe trabalhando na roça, comprava um monte de vestidinhos, calcinhas bordadinhas e um monte de chupetinhas de todas as cores.Tive uma infância sem graça, cheia de ressentimento, não podia olhar para meu pai, tinha muito medo dele, achava, uma das piores criaturas desse mundo, mas já morava na cidade, na casa da minha bisavó, já estudava, esse era meu único divertimento, fazendo todos os dias cópias dos livros didáticos e números.Aos sete anos aprendi a bordar com uma vizinha chamada Deré. Oba! Outro divertimento! Já comecei a ganhar dinheiro, primeiro o caderno, uniforme... Fantástico!Resquícios do passado, nunca saíram da minha cabeça, mas tinha um único objetivo que era de estudar para ser professora. E sempre passava nos primeiros lugares, mas nunca deixava de escrever os textos dos livros.Aos dezoito anos, tomei outra decisão: esquecer o meu passado, parar de cobrar e ser amiga do meu pai e sempre tendo convicção de que sempre quero conquistar tudo com meus esforços. Primeiro, o abraço em meu pai; segundo, também passei a chamá-lo de painho, realizando um antigo desejo dele.Logo, logo, terminei o magistério, estava pronta para realizar o sonho de infância, ser uma professorinha. Sonho realizado com muito sofrimento, mas fui chamada em Lagarto e Itaporanga D’Ajuda.E dizer que fomos felizes para sempre seria muito exagero porque ainda tenho vários projetos para colocar em prática, mas de uma coisa não tenho dúvida de que coragem e determinação são os meios mais eficazes para conseguir realizar todos os sonhos.

Joãozinho e Maria




Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento.
O garoto chamava-se João e a menina, Maria.A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.
— Minha mulher, o que será de nós?
Acabaremos todos por morrer de necessidade.
E as crianças serão as primeiras…
— Há uma solução…
— disse a madrasta, que era muito malvada.
— Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.
O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.
— Não chore — tranqüilizou-a o irmão
— Tenho uma idéia.
Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso.
Depois voltou para a cama.No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.
João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.O pai ficou contente, mas a madrasta, não.
Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava.
João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus. Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.
Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!
- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão. Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces.
Famintos, correram e começaram a comer. De repente, apareceu uma velhinha, dizendo:
- Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês. Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo.
E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava. Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando.
O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:
- Esse menino, não há meio de engordar.
- Dê mais comida para ele! Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:
- Hoje eu vou fazer uma festança. - Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver.
- Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado.
Assustada, Maria começou a chorar.
— Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa. Ela empurrou Maria para perto do forno e disse:
_Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:
- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer?
- Menina boba! disse a bruxa.
Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.
A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro .
A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.Mariazinha foi direto libertar seu irmão.
Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .
Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.
Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los.
Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.

@marimaura@

Cinderela




Era uma vez um senhor viúvo que tinha uma filha a quem amava muito.
Ele decidiu casar-se novamente com uma viúva que tinha duas filhas.
O pobre homem morreu, deixando sua filha desolada.
No entanto, a madrasta e suas filhas ficaram felizes com a herança. As três mulheres invejavam a beleza e a bondade da moça. Então a converteram em sua criada, e a chamavam Cinderela. Cinderela lavava, limpava, passava e cozinhava. Porém, mais que tudo chorava, porque ninguém mais gostava dela.
Um dia, o arauto do rei convidou todas as jovens do reino para um baile no palácio, pois o príncipe herdeiro queria escolher uma esposa.
As filhas da madrasta acreditavam que uma delas seria a escolhida, e passaram a tarde provando vestidos. A pobre Cinderela também queria ir ao baile, mas as suas irmãs a proibiram. Foram ao baile zombando de Cinderela que ficou em casa, muito triste.
De repente surgiu vinda do céu, uma luz muito forte, que se transformou numa fada. _ Cinderela, sou sua fada madrinha, não chores, não quero que vivas triste, se anime pois, esta noite irás ao baile. E com sua varinha de condão transformou as pobres roupas da jovem num lindo vestido, e os sapatos viraram sapatinhos de cristal. A fada ainda transformou uma abóbora numa carruagem, dois ratinhos em cavalos, e o cachorro de Cinderela no seu cocheiro. A jovem ficou encantada com a mágica da fada.
_ Vá depressa minha menina!
- disse a fada. Mas não esqueças que o encanto se romperá à meia noite e tudo voltará a ser como era. Cinderela entrou no palácio e todos ficaram encantados com sua beleza. Estava tão bonita que a madrasta e as suas irmãs não a reconheceram.
As mulheres ficaram encantadas com o seu vestido, era o mais belo da festa. O príncipe que até então não havia encontrado nenhuma moça que o tivesse agradado, ficou encantado ao vê-la. Quis dançar somente com Cinderela. Os dois dançaram a noite toda, deixando as moças da festa com muita inveja de daquela desconhecida.
Cinderela estava tão feliz que não percebeu o tempo passar. Quando olhou para o grande relógio no salão, viu que faltavam poucos minutos para a meia noite.
Antes que terminasse o encanto, Cinderela foi embora correndo, desceu as escadas com tanta pressa que perdeu um sapatinho de cristal. O príncipe, que estava apaixonado por Cinderela, saiu correndo atrás da jovem mas não conseguiu alcança-la. Encontrou o seu sapatinho de cristal na escada e o guardou.
No dia seguinte, o príncipe que não sabia nem ao menos o nome de sua amada, mandou que seu pajem a procurasse pelo reino, a moça cujo pé coubesse naquele sapatinho.O pajem procurou por todo o reino, mas nenhuma moça tinha um pé tão pequeno que coubesse naquele sapatinho. Quando chegou na casa de Cinderela, provou o sapatinho nas suas irmãs, mas os pés delas eram grandes demais. Como o sapato era pequeno, por mais que as irmãs tentassem, não servia. Ele estava indo embora quando viu Cinderela varrendo um cômodo da casa. Após muito insistir ele conseguiu fazê-la provar o sapatinho.
Quando a madrasta e as irmãs viram Cinderela calçar o sapatinho ficaram surpresas. Ele serviu perfeitamente em seu pequeno pézinho. Ele a levou para o castelo ao encontro do príncipe. No dia seguinte, Cinderela casou-se com o príncipe e houve festa em todo o reino. Agora, Cinderela era amada e os dois foram muito felizes.

CuriosidadesPerrault foi o primeiro autor a escrever os contos tradicionais do folclore europeu. Ele ajudou a popularizar histórias como Cinderela, A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho entre outras.Quase dois séculos depois, os irmãos Grimm,adaptaram essas histórias mudando algumas coisas mas mantendo o enredo principal.Para saber mais sobre os autores leia nossa seção:
Curiosidades.



@marimaura@

Cinderela 2


Há muito tempo, aconteceu que a esposa de um rico comerciante adoeceu gravemente e, sentindo seu fim se aproximar, chamou sua única filha e disse:
__Querida filha, continue piedosa e boa menina que Deus a protegerá sempre.
Lá do céu olharei por você, e estarei sempre a seu lado.Mal acabou de dizer isso, fechou os olhos e morreu.A jovem ia todos os dias visitar o túmulo da mãe, sempre chorando muito. Veio o inverno, e a neve cobriu o túmulo com seu alvo manto.
Chegou a primavera, e o sol derreteu a neve. Foi então que o viúvo resolveu se casar outra vez.A nova esposa trouxe suas duas filhas, ambas bonitas, mas só exteriormente. As duas tinham a alma feia e cruel.A partir desse momento, dias difíceis começaram para a pobre enteada.__ Essa imbecil não vai ficar no quarto conosco!
_Reclamaram as moças.
__ O lugar dela é na cozinha!
Se quiser comer pão, que trabalhe!Tiraram-lhe o vestido bonito que ela usava, obrigaram-na a vestir outro, velho e desbotado, e a calçar tamancos.
__Vejam só como está toda enfeitada, a orgulhosa princesinha de antes! -disseram a rir, levando-a para a cozinha.
A partir de então, ela foi obrigada a trabalhar, da manhã à noite, nos serviços mais pesados.Era obrigada a se levantar de madrugada, para ir buscar água e acender o fogo. Só ela cozinhava e lavava para todos.Como se tudo isso não bastasse, as irmãs caçoavam dela e a humilhavam.Espalhavam lentilhas e feijões nas cinzas do fogão e obrigavam-na a catar um a um.À noite, exausta de tanto trabalhar, a jovem não tinha onde dormir e era obrigada a se deitar nas cinzas do fogão. E, como andasse sempre suja e cheia de cinza, só a chamavam de Cinderela.Uma vez, o pai resolveu ir a uma feira. Antes de sair, perguntou às enteadas o que desejavam que ele trouxesse.

__Vestidos bonitos- disse uma.

__ Pérolas e pedras preciosas
- disse a outra.
__E você, Cinderela, o que vai querer?
- perguntou o pai.
__No caminho de volta, pai, quebre o primeiro ramo que bater no seu chapéu e traga-o para mim. Ele partiu para a feira, comprou vestidos bonitos para uma das enteadas, pérolas e pedras preciosas para a outra e, de volta para casa, quando cavalgava por um bosque, um ramo de aveleira bateu no seu chapéu. Ele quebrou o ramo e levou-o.
Chegando em casa, deu às enteadas o que haviam pedido e à Cinderela, o ramo de aveleira. Ela agradeceu, levou o ramo para o túmulo da mãe, plantou-o ali, e chorou tanto que suas lágrimas regaram o ramo. Ele cresceu e se tornou uma aveleira linda.Três vezes, todos os dias, a menina ia chorar e rezar embaixo dela. Sempre que a via chegar, um passarinho branco voava para a árvore e, se a ouvia pedir baixinho alguma coisa, jogava-lhe o que ela havia pedido.Um dia, o rei mandou anunciar uma festa, que duraria três dias.Todas as jovens bonitas do reino seriam convidadas, pois o filho dele queria escolher entre elas aquela que seria sua futura esposa. Quando souberam que também deveriam comparecer, as duas filhas da madrasta ficaram contentíssimas.
__Cinderela!
- Gritaram.
__ Venha pentear nosso cabelo, escovar nossos sapatos e nos ajudar a vestir, pois vamos a uma festa no castelo do rei! Cinderela obedeceu chorando, porque ela também queria ir ao baile. Perguntou à madrasta se poderia ir, e esta respondeu:
__Você, Cinderela! Suja e cheia de pó, está querendo ir à festa? Como vai dançar, se não tem roupa nem sapatos? Mas Cinderela insistiu tanto, que afinal ela disse:
__ Está bem. Eu despejei nas cinzas do fogão um tacho cheio de lentilhas. Se você conseguir catá-las todas em duas horas, poderá ir. A jovem saiu pela porta dos fundos, correu para o quintal e chamou:
__ Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! Logo entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir, vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas.
As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. As outras avezinhas faziam o mesmo. Não levou nem uma hora, o tacho ficou cheio e as aves todas voaram para fora. Cheia de alegria, a menina pegou o tacho e levou para a madrasta, certa de que agora poderia ir à festa. Porém a madrasta disse:
__ Não, Cinderela. Você não tem roupa e não sabe dançar. Só serviria de caçoada para os outros. Como a menina começou a chorar, ela propôs:
__Se você conseguir catar dois tachos de lentilhas nas cinzas em uma hora, poderá ir conosco. Enquanto isso, pensou consigo mesma: “Isso ela não vai conseguir…”Assim que a madrasta acabou de espalhar os grãos nas cinzas, Cinderela correu para o quintal e chamou:
__ Mansas pombinhas e rolinhas! Passarinhos do céu inteiro! Venham me ajudar a catar lentilhas! As boas vão para o tacho! As ruins para o seu papo! E entraram pela janela da cozinha duas pombas brancas; a seguir vieram as rolinhas e, por último, todos os passarinhos do céu chegaram numa revoada e pousaram nas cinzas. As pombas abaixavam a cabecinha e pic, pic, pic, apanhavam os grãos bons e deixavam cair no tacho. Os outros pássaros faziam o mesmo. Não passou nem meia hora, e os dois tachos ficaram cheios. As aves se foram voando pela janela. Então, a menina levou os dois tachos para a madrasta, certa de que, desta vez, poderia ir à festa. Porém, a madrasta disse:
__ Não adianta, Cinderela! Você não vai ao baile! Não tem vestido, não sabe dançar e só nos faria passar vergonha!
E, dando-lhe as costas, partiu com suas orgulhosas filhas. Quando ficou sozinha, Cinderela foi ao túmulo da mãe e embaixo da aveleira, disse:
__ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata! Então o pássaro branco jogou para ela um vestido de ouro e prata e sapatos de seda bordada de prata. Cinderela se vestiu, a toda pressa, e foi para a festa. Estava tão linda, no seu vestido dourado, que nem as irmãs, nem a madrasta a reconheceram. Pensaram que fosse uma princesa estrangeira, para elas, Cinderela só poderia estar em casa, catando lentilhas nas cinzas. Logo que a viu, o príncipe veio a seu encontro e, pegando-lhe a mão, levou-a para dançar. Só dançou com ela, sem largar de sua mão por um instante. Quando alguém a convidava para dançar, ele dizia:
__ Ela é minha dama. Dançaram até altas horas da noite e, até que Cinderela quis voltar para casa.
__ Eu a acompanho - disse o príncipe. Na verdade, ele queria saber a que família ela pertencia. Mas Cinderela conseguiu escapar dele, correu para casa e se escondeu no pombal. O príncipe esperou o pai dela chegar e contou-lhe que a jovem desconhecida tinha saltado para dentro do pombal.
“Deve ser Cinderela…”, pensou o pai. E mandou vir um machado para arrombar a porta do pombal. Mas não havia ninguém lá dentro. Quando chegaram em casa, encontraram Cinderela com suas roupas sujas, dormindo nas cinzas, à luz mortiça de uma lamparina. A verdade é que, assim que entrou no pombal, a menina saiu pelo lado de trás e correu para a aveleira. Ali, rapidamente tirou seu belo vestido e deixou-o sobre o túmulo. Veio o passarinho, apanhou o vestido e levou-o. Ela vestiu novamente seu vestidinho velho e sujo, correu para casa e se deitou nas cinzas da cozinha.No dia seguinte, o segundo dia da festa, quando os pais e as irmãs partiram para o castelo, Cinderela foi até a aveleira e disse:
__ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata! E o pássaro atirou para ela um vestido ainda mais bonito que o da véspera. Quando ela entrou no salão assim vestida, todos ficaram pasmados com sua beleza. O príncipe, que a esperava, tomou-lhe a mão e só dançou com ela. Quando alguém convidava a jovem para dançar, ele dizia:
__ Ela é minha dama. Já era noite avançada quando Cinderela quis ir embora. O príncipe seguiu-a, para ver em que casa entraria. A jovem seguiu seu caminho e, inesperadamente, entrou no quintal atrás da casa. Ágil como um esquilo, subiu pela galharia de uma frondosa pereira carregada de frutos que havia ali. O príncipe não conseguiu descobri-la e, quando viu o pai dela chegar, disse:
__ A moça desconhecida escondeu-se nessa pereira. “Deve ser Cinderela”, pensou o pai. Mandou buscar um machado e derrubou a pereira. Mas não encontraram ninguém na galharia. Como na véspera, Cinderela já estava na cozinha dormindo nas cinzas, pois havia escorregado pelo outro lado da pereira, correra para a aveleira, e devolvera o lindo vestido ao pássaro. Depois, vestiu o feio vestidinho de sempre, e correu para casa. No terceiro dia, assim que os pais e as irmãs saíram para a festa, Cinderela foi até o túmulo da mãe e pediu à aveleira:
__ Balance e se agite, árvore adorada, cubra-me todade ouro e prata! E o pássaro atirou-lhe o vestido mais suntuoso e brilhante jamais visto, acompanhado de um par de sapatinhos de puro ouro. Ela estava tão linda, tão linda, que, quando chegou ao castelo, todos emudeceram de assombro. O príncipe só dançou com ela e, como das outras vezes, dizia a todos que vinham tirá-la para dançar:
__ Ela é minha dama. Já era noite alta, quando Cinderela quis voltar para casa. O príncipe tentou segui-la, mas ela escapuliu tão depressa, que ele não pode alcançá-la. Dessa vez, porém, o príncipe usara um estratagema: untou com piche um degrau da escada e, quando a moça passou, o sapato do pé esquerdo ficou grudado. Ela deixou-o ali e continuou correndo.O príncipe pegou o sapatinho: era pequenino, gracioso e todo de ouro. No outro dia, de manhã, ele procurou o pai e disse:
__ Só me casarei com a dona do pé que couber neste sapato. As irmãs de Cinderela ficaram felizes e esperançosas quando souberam disso, pois tinham pés delicados e bonitos. Quando o príncipe chegou à casa delas, a mais velha foi para o quarto acompanhada da mãe e experimentou o sapato. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia meter dentro dele o dedo grande do pé. Então, a mãe deu-lhe uma faca, dizendo:
__ Corte fora o dedo. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele recebeu-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pelo túmulo da mãe de Cinderela, que ficava bem no caminho, duas pombas pousaram na aveleira e cantaram:
__ Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certaque vai sentada atrás! O príncipe virou-se, olhou o pé da moça e logo viu o sangue escorrendo do sapato. Fez o cavalo voltar e levou-a para a casa dela. Chegando lá, ordenou à outra filha da madrasta que calçasse o sapato. Ela foi para o quarto e calçou-o. Os dedos do pé entraram facilmente, mas o calcanhar era grande demais e ficou de fora. Então, a mãe deu-lhe uma faca dizendo:
__ Corte fora um pedaço do calcanhar. Quando você for rainha, vai andar muito pouco a pé. Assim fez a moça. O pé entrou no sapato e, disfarçando a dor, ela foi ao encontro do príncipe. Ele aceitou-a como sua noiva e levou-a na garupa do seu cavalo. Quando passavam pela aveleira, duas pombinhas pousaram num dos ramos e cantaram:
__ Olhe para trás! Olhe para trás! Há sangue no sapato, que é pequeno demais! Não é a noiva certaque vai sentada atrás! O príncipe olhou o pé da moça, viu o sangue escorrendo e a meia branca, vermelha de sangue. Então virou seu cavalo, levou a falsa noiva de volta para casa e disse ao pai:
__ Esta também não é a verdadeira noiva. Vocês não têm outra filha?
__ Não!- respondeu o pai
__ A não ser a pequena Cinderela, filha de minha falecida esposa. Mas é impossível que seja ela a noiva que procura. O príncipe ordenou que fossem buscá-la.
__ Oh, não! Ela está sempre muito suja! Seria uma afronta trazê-la a vossa presença! - protestou a madrasta. Porém o príncipe insistiu, exigindo que ela fosse chamada. Depois de lavar o rosto e as mãos ela veio, curvou-se diante do príncipe e pegou o sapato de ouro que ele lhe estendeu. Sentou-se num banquinho, tirou do pé o pesado tamanco e calçou o sapato, que lhe serviu como uma luva. Quando ela se levantou, o príncipe viu seu rosto e reconheceu logo a linda jovem com quem havia dançado.
__ É esta a noiva verdadeira!
— exclamou, feliz. A madrasta e as filhas levaram um susto e ficaram brancas de raiva. O príncipe ergueu Cinderela, colocou-a na garupa do seu cavalo e partiram. Quando passaram pela aveleira, as duas pombinhas brancas cantaram:
__ Olhe pare trás! Olhe pare trás! Não há sangue no sapato, que serviu bem demais! Essa é a noiva certa. Pode ir em paz! E, quando acabaram de cantar, elas voaram e foram pousar, uma no ombro direito de Cinderela, outra no esquerdo; ali ficaram. Quando o casamento de Cinderela com o príncipe se realizou, as falsas irmãs foram à festa. A mais velha ficou à direita do altar, e a mais nova, à esquerda. Subitamente, sem que ninguém pudesse impedir, a pomba pousada no ombro direito da noiva voou para cima da irmã mais velha e furou-lhe os olhos. A pomba do ombro esquerdo fez o mesmo com a mais nova, e ambas ficaram cegas para o resto de suas vidas.
@marimaura@

Chapeuzinho Vermelho


Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os olhos negros da menina. Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho Vermelho”. Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata. De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns mantimentos.Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava muito mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha. Então, chamou a filha:
— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar.
— Vou agora mesmo, mamãe.
— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta!
— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia. Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos machados dos lenhadores. A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes. Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar de astúcia. — Bom dia, linda menina
— disse com voz doce.
— Bom dia
— respondeu Chapeuzinho Vermelho.
— Qual é seu nome?
— Chapeuzinho Vermelho.
— Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só? — Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde.
— Muito bem! E onde mora sua avó?
— Mais além, no interior da mata.
— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho.
— Numa casinha com as venezianas verdes, logo29 após o velho engenho de açúcar. O lobo teve uma idéia e propôs:
— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta.
— Um, dois, três, e já!
— gritou o lobo. Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó. Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas.
— Quem é?
— perguntou a avó. O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder:
— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia e manteiga fresca. A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu:
— Puxe a tranca, e a porta se abrirá. O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre vovozinha, antes que ela pudesse gritar. Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha. Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta.
— Quem está aí?
— perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz. Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda estava gripada.

— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha! Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder:
— Puxe o trinco, e a porta se abrirá.
— Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta. O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usava para dormir. Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um pouquinho. Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi reparando:
— Oh, vovozinha, que braços longos você tem!
— São para abraçá-la melhor, minha querida menina!
— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem!
— São para enxergar também no escuro, minha menina!
— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem!
— São para ouvir tudo, queridinha!
— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem!
— É para engolir você melhor!!! Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho.
— Agora estou realmente satisfeito
— resmungou o lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho. Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos barulho. Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma espiada.” Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu? O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão! O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e cabritinhos.
— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver! Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para31 atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”. Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido. Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora.
— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim. O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva.
— E agora?
— perguntou o caçador.
— Temos de castigar esse bicho como ele merece! Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito. Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e aguardaram. Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego. O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu — caminho”.


FonteAlfabetização : livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília : FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000. 3 v. : 128 p. n. 2.Conteúdo: v.1: Adivinhas, canções, cantigas, parlendas, poemas, quadrinhas e trava-línguas; v.2: contos, fábula, lendas e mitos; v.3: textos informativos, textos instrucionais e biografias. 1. Alfabetização. 2. Ensino fundamental. 3. Escola pública. I. Abreu, Ana Rosa II. Aratangy, Claudia Rosenberg III. Mingues, Eliane IV. Dias, Marilia Costa V. Durante, Marta VI. Weisz, Telma VII. FUNDESCOLA VIII. MEC-SEF. CDD 379.24Alfabetização: Livro do alunoVolume 2© 2000 Projeto Nordeste/Fundescola/Secretaria de Ensino Fundamental Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida desde que citada a fonte.


CuriosidadesPara quem não sabe os Irmãos Grimm chamavam-se Jacob e Wilhelm Grimm, nasceram na Alemanha em 1785 e 1786. Eles eram estudiosos do Folclore alemão, da língua Alemã , da mitologia e Direito. Escreveram seus famosos contos graças a uma extensa pesquisa dos contos que faziam parte do folclore do povo alemão. Eles adaptaram contos do folclore alemão, até então direcionados para adultos, para as crianças. Em 1812 publicaram Contos da Criança e do Lar, contendo uma coletânea de 51 contos infantis, resultado do talento e da pesquisa de ambos.

A partir de então tornaram-se conhecidos vários personagens e histórias. A nossa imaginação agradece aos Irmãos Grimm !!! Aquelas famosas músicas, que nós já ouvimos muitas e muitas vezes, tanto da Chapeuzinho Vermelho como de outras histórias infantis foram feitas pelo João de Barro (o Braguinha).

Para conhecer mais a obra deste grande autor brasileiro acesse:




Você também pode adquirir cds do autor procurando nas lojas pela coleção Disquinho. Esta coleção traz histórias infantis musicadas pelo Braguinha, são 50 títulos. Pela Estrada (Braguinha) Pela estrada a fora, eu vou bem sozinhaLevar esses doces para a vovozinhaEla mora longe, o caminho é desertoE o lobo mau passeia aqui por pertoMas à tardinha, ao sol poenteJunto à mamãezinha dormirei contenteLobo Mau (Braguinha) Eu sou o lobo mau, Lobo mau, lobo mauEu pego as criancinhasPra fazer mingau! Hoje estou contente, Vai haver festançaTenho um bom petiscoPara encher a minha pança
Veja mais contos infantis.


********Mariamaura********

Cachinhos Dourados


Era uma vez, uma família de ursinhos;
o Pai Urso, a Mãe Urso e o Pequeno Urso.
Os três moravam numa bela casinha, bem no meio da floresta.
O Papai Urso, o maior dos três, era também o mais forte, muito corajoso e tinha uma voz bem grossa. A Mamãe Urso era um pouco menor, era gentil e delicada e tinha uma voz meiga. O Pequeno Urso era o menorzinho, muito curioso e sua voz era fininha.Certa manhã, ao se levantarem, Mamãe Urso fez um delicioso mingau, como era de costume. Porém, o mingau estava muito quente. Sendo assim, mamãe Urso propôs que fossem dar uma voltinha junta pela floresta, enquanto o mingau esfriava. E assim fizeram. Mamãe Urso deixou o mingau em suas tigelinhas, esfriando em cima da mesa e os três ursos saíram pela floresta. Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros cacheados, era conhecida como Cachinhos Dourados. Ela morava do outro lado da floresta, num vilarejo, e tinha o mau hábito de sair de casa sem avisar seus pais. Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar, resolveu bater na porta.Bateu, bateu, mas ninguém respondeu. Assim, ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar. Ao entrar, se deparou com uma mesa forrada com uma bela toalha xadrez e em cima da mesa havia três tigelinhas de mingau. Como estava com muita fome, e não viu ninguém na casa, resolveu provar a iguaria. Provou, então, o mingau da tigela maior, mas achou-o muito quente.
Provou o da tigela do meio e achou-o muito frio. Provou o mingau da tigelinha menor e achou-o delicioso, não resistiu e comeu-o todo. Após comer o mingau, Cachinhos Dourados foi em direção à sala. Lá encontrou três cadeiras, como estava muito cansada, resolveu sentar-se. Achou a primeira cadeira muito grande e levantou-se a seguir. Sentou-se, então, na cadeira do meio, mas achou-a desconfortável e ainda grande demais. Sentou-se na cadeirinha menor e achou-a muito confortável e num bom tamanho. Porém, sentou-se tão desajeitadamente que a quebrou. Ainda cansada, Cachinhos Dourados resolveu subir às escadas. Encontrou um quarto com três caminhas, uma grande, uma média e uma pequena. Tentou deitar-se na cama maior, mas achou-a muito dura. Deitou-se na do meio e achou-a macia demais. Deitou-se na menor e achou-a muito boa. Estava tão cansada que não resistiu e acabou pegando no sono. Enquanto ela dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Foram logo à cozinha para tomar o mingau, que era o café da manhã. Estranharam a porta aberta, e logo perceberam que alguém havia estado ali.
__Alguém mexeu no meu mingau!
- rosnou o Papai Urso.
__Alguém comeu do meu mingau!
– disse brava a Mamãe Urso.
__ Alguém comeu todo o meu mingau!
–gritou o Pequeno Urso.
Os três ursos se dirigiram para a sala.
Papai Urso olhou para sua cadeira e exclamou:
__ Alguém sentou na minha cadeira!
Mamãe Urso, com sua voz, já não tão meiga, reclamou:
__ Alguém também sentou na minha cadeira! O Pequeno Urso, chorando, queixou-se:
__ Alguém quebrou a minha cadeirinha!
Os três subiram as escadas, e foram em direção ao quarto.
Papai Urso olhou para sua cama e perguntou:
__ Quem deitou na minha cama?
Mamãe Urso olhou para sua cama e disse:
__Alguém esteve deitado na minha cama e deixou-a bagunçada! O Pequeno Urso, muito bravo, gritou:
__Alguém está deitado na minha caminha!
Cachinhos Dourados acordou com o grito de Pequeno Urso. Ficou muito assustada ao ver os três ursos bravos olhando para ela. Seu susto foi tão grande que em um só pulo saiu da cama e já estava descendo as escadas. Mal deu tempo para que os ursos piscassem os olhos. Num segundo pulo, Cachinhos Dourados pulou a janela e saiu correndo pela floresta, rápida como o pensamento. Depois desse enorme susto a menina aprendeu a lição, nunca mais fugiu de casa, muito menos entrou em casa de ninguém sem ser convidada.
FonteReprodução em mídia eletrônica
(Curiosidades)
“Cachinhos dourados e os Três Ursos” é uma história muito popular no mundo inteiro, teve sua origem no folclore europeu. Sua primeira versão publicada, ocorreu em 1837 pelo poeta Robert Southey em seu livro “ Os Doutores”. Nesta, os três ursos têm a casa invadida por uma senhora, e não por Cachinhos Dourados. Desde então, a história ganhou inúmeras versões, sendo as mais conhecidas, as protagonizadas por uma menina de cachinhos dourados. .
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************Marimaura***********

Branca de neve e os Sete Anões


Um dia, a rainha de um reino bem distante bordava perto da janela do castelo, uma grande janela com batentes de ébano, uma madeira escuríssima.
Era inverno e nevava muito forte.A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha. Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou:
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido. Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve. Mas quando nasceu a menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa, invejosa e cruel. Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. E o espelho respondia:
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior.
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda… E um dia o espelho deu outra resposta à rainha.
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela. Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a mata e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida. O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela lindíssima jovem inocente que, afinal, nunca fizera mal a ninguém.
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação. Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte. Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse. Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho. Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas. Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou, então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente. Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha. Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho…Estranho. Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas…E na última cama — surpresa maior!
— estava adormecida uma linda donzela de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue.
— Como é linda!
— murmuraram em coro.
— E como deve estar cansada
— disse um deles —, já que dorme assim. Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona.
Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda. — Como se chama?
— perguntaram.
— Branca de Neve.
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta? Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha. — Fique aqui, se gostar…
— propôs o anão mais velho.
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro. Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho.
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua. Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. E o espelho respondeu com voz grave:
— Na mata, na casa dos mineiros, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca! A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela. Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender. A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido. — Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha
— disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto. E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu. Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel. O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido.
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada.
— disseram logo os anões.
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente. Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca. Seu plano fracassara! Tentaria novamente. No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta, numa segunda tentativa. Branca de Neve, ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel. Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu. Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído. Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la.
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre. O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de rei”. Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve. Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. A resposta era invariável. — Em todo o mundo, não existe beleza maior. Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia. Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha. Bastou ver o corpo de Branca de Neve para se apaixonar, apesar de a donzela estar morta. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram.
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. A donzela Branca de Neve será sua. Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho. Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo. O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim a donzela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber:
— O que aconteceu? Onde estou? O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo. O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou, felicíssima. Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu. Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu. E o fiel espelho: — No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo. Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou, tamanha era sua ira. Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata.

FonteAlfabetização : livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília : FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000. 3 v. : 128 p. n. 2.Conteúdo: v.1: Adivinhas, canções, cantigas, parlendas, poemas, quadrinhas e trava-línguas; v.2: contos, fábula, lendas e mitos; v.3: textos informativos, textos instrucionais e biografias. 1. Alfabetização. 2. Ensino fundamental. 3. Escola pública. I. Abreu, Ana Rosa II. Aratangy, Claudia Rosenberg III. Mingues, Eliane IV. Dias, Marilia Costa V. Durante, Marta VI. Weisz, Telma VII. FUNDESCOLA VIII. MEC-SEF.CDD 379.24© 2000 Projeto Nordeste/Fundescola/Secretaria de Ensino FundamentalQualquer parte desta obra poderá ser reproduzida desde que citada a fonte.

CuriosidadesA história de Branca de Neve faz parte do folclore popular alemão e teve como seus compiladores os Irmãos Grimm. Esse material foi publicado entre os anos de 1812 e 1822, juntamente com outras histórias, no volume entitulado: Contos de Fadas para Crianças e Adultos (Kinder unde Hausmaërchen). Branca de Neve pode ser caracterizado como um conto maravilhoso (histórias que apresentam um elemento mágico, sobrenatural).
Algumas das histórias dos autores: - O lobo e os sete cabritinhos - Rapunzel - João e Maria - Os músicos de Bremen - Rumpelstiltskin - Mesinha-ponha-se, o asno de ouro e porrete-pule-do-saco - As viagens do Pequeno Polegar - A raposa e os gansos - O pobre e o rico - A boa sopa - A inteligente filha do camponês - A lua azul - A escolha de uma esposa - A Bela Adormecida - Os Sete Anões e a Branca de Neve - O príncipe e o sapo - O Flautista de Hamelim - O Chapeuzinho Vermelho- A Gata Borralheira
***********Marimaura***********

 VOLTANDO PARA DEUS                                    Então pessoal, depois de quase dois anos que por um motivo ou outro deixei meu blog d...